Afronegócio + Feira Preta

Culinária afro-baiana

A Cultura Africana como Alicerce da Cozinha Baiana

Postado em: 12 de Agosto de 2025 às 11:46

Por Jorge Washington - Afrochefe

Com a chegada forçada de milhões de africanos escravizados ao Brasil, especialmente à Bahia, práticas alimentares de diferentes etnias foram recriadas com os ingredientes disponíveis no novo território. O dendê, o leite de coco, o quiabo, a pimenta, o inhame e outros alimentos de origem africana passaram a ser combinados com produtos locais e europeus, criando uma culinária única e profundamente simbólica, que é também marca de resistência.

Os pratos afro-baianos são expressões vivas da cosmovisão africana. Acarajé, vatapá, caruru, abará e moqueca não são apenas alimentos, mas manifestações da religiosidade afro-brasileira, especialmente do Candomblé e de como a sabedoria africana se tornou um conhecimento vivo que atravessa gerações. Muitos deles são oferecidos aos orixás, cada qual com seus significados, cores e ingredientes específicos.

 

Culinária como Patrimônio e Resistência

 

A gastronomia afro-baiana é um patrimônio cultural imaterial, reconhecido pela sua importância histórica e simbólica. O ofício das baianas de acarajé, por exemplo, foi registrado pelo IPHAN como patrimônio cultural do Brasil. Essas mulheres são guardiãs de um saber ancestral que ultrapassa a cozinha — são também figuras centrais na preservação das tradições afro-religiosas, no fortalecimento da identidade negra e na economia informal que antes, nas mãos das quituteiras, garantiu a sobrevivência e liberdade de muitos. 

Em um contexto de opressão histórica, a culinária foi (e ainda é) uma forma de resistência. Cozinhar com dendê e rezar para os orixás era, durante muito tempo, uma forma de manter a fé viva, mesmo sob perseguição. Ao preparar a comida, nós e nossos ancestrais mantivemos nossas raízes culturais, transformando a cozinha em um espaço de liberdade e ancestralidade.

 

Religiosidade e Sagrado nos Sabores

 

Na culinária afro-baiana, a comida é também sagrada. Cada prato tem uma ligação com os rituais do Candomblé. O acarajé, por exemplo, é oferecido a Iansã, orixá dos ventos e das tempestades. O amalá é prato de Xangô, feito com quiabo e carne. Mais do que alimento, esses pratos são oferendas, pontes entre o mundo terreno e o espiritual.

Essa dimensão simbólica transforma a cozinha em um terreiro — um espaço onde se celebra a vida, a fé e a ancestralidade. Comer um prato afro-baiano é, muitas vezes, participar de um rito, mesmo que inconscientemente.

 

Saberes e Sabores que Moldam a Identidade Baiana

 

A presença da cultura africana na Bahia é marcante em todos os aspectos da vida cotidiana, e a gastronomia é uma das formas mais potentes dessa expressão. Aqui em Salvador e no Recôncavo Baiano, os sabores da África estão em cada esquina, em feiras, mercados e tabuleiros. É por meio desses alimentos que reafirmamos nossa identidade cultural e transmitimos, de geração em geração, os saberes da cozinha de terreiro e da oralidade ancestral.

 

Conclusão

 

A culinária afro-baiana é o reflexo de uma herança africana que resistiu à escravidão, à marginalização e ao preconceito. Ela é uma celebração da cultura negra, um canal de memória, espiritualidade e pertencimento. Ao valorizar a gastronomia afro-baiana, reconhecemos o poder da cultura na construção dos sabores que definem não apenas um território, mas também a alma de um povo.

 

Jorge Washington Rodrigues da Silva 

 

Culinária afro-baiana - afrochef

 

Profissão: Afrochefe e Ator 

Jorge Washington Rodrigues da Silva é um talentoso profissional que atua em duas  áreas diferentes: como Afrochefe e como Ator. Sua paixão pela culinária é evidente em  seu trabalho como Afrochefe, onde ele incorpora ingredientes como ancestralidade e  afetividade em suas criações. Desde jovem, Jorge Washington ajudava sua mãe  Georgina nas compras da feira, cortando temperos, tratando carnes e aprendendo as  melhores formas e estratégias para deixar cada preparo saboroso. Ele é conhecido por  pratos como bacalhau martelo, galinha ao molho pardo, moqueca de feijão, xinxim de  bofe, moqueca de miraguaia, além de suas próprias criações e adaptações, como  maxixada de carne seca, moqueca de carne seca com mamão verde, fígado com  maxixe, entre outros. Jorge Washington, ou como ele prefere ser chamado, o  Afrochefe, traz consigo sua herança africana e promove a culinária baiana através do  Projeto Culinária Musical, buscando promover reflexão, intercâmbio, conhecimento e  estímulo à arte gastronômica. 

Além de seu talento culinário, Jorge Washington também é um respeitado ator com  uma carreira de 39 anos. Ele começou no Grupo de Teatro do Calabar, onde a arte era  utilizada como uma ferramenta de expressão política e cultural. Em seguida, juntou-se  ao Bando de Teatro Olodum, fundado pelo diretor Márcio Meirelles em parceria com o  Olodum. Jorge Washington participou de diversas montagens do Bando de Teatro  Olodum, abordando temas como o cotidiano dos moradores do Pelourinho, o racismo  no Brasil, a greve da polícia militar e o diálogo com as crianças através do teatro. Além  de seu trabalho nos palcos, ele também teve participações no cinema, com destaque  para o filme "Ó Pai, ó!" e outros projetos recentes. Sua trajetória como ator também se  entrelaça com sua militância pela causa negra, ministrando oficinas de arte educação e  participando de projetos e eventos que promovem a valorização da cultura afro brasileira. 

Projeto 

O Projeto Culinária Musical à seis anos leva para o público apresentações de artistas da  cena musical baiana, e culinária afro-baiana cheia de ancestralidade e afeto. O evento  ocorre uma vez ao mês, sempre aos domingos. 

Convites e prêmios 

-Curador da Mostra Gastronômica "Amados Sabores" da Flipelô 2023  

-Convite para uma edição especial do Culinária Musical na Cozinha Comunitária da  Ocupação 9 de Julho, em São Paulo. Março 2022. 

- Aula show no Resort Lá Torre, Porto Seguro, Ba

-Troféu Salvador Capital Afro 

Editais 

Edital 010/2019 de Ocupação e Dinamização de Espaços Culturais da Fundação  Gregório 

De Mattos. 

- Oficina Culinária Afetiva Online (2021), sete meses, carga horária: 160 horas. - Sextas Formativas Online (2021), 6 edições com chefs convidados. - Culinária Musical Online (2021), 16 edições com artistas brasileiros e internacionais. Centros de Formação/Ensino/Política/Cultura 

- Escola Eleva (Rio de Janeiro); 

- Escola Municipal Gersino Coelho (Narandiba Salvador); 

- Colégio Marizia Maior; 

- CASE (Comunidade de Atendimento Socioeducativo); 

- Vale do Dendê (Shopping da Bahia); 

- Casa Ninja Bahia; 

- Instituto Bamburusema de Cultura Afro amazônica (Belém- PA); - Mercado Iaô (Ribeira); 

- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA – CATU); 

Entretenimento 

- Lebowiski Pub – Show Dão canta Roberto; 

- Espaço Cultural Ouro de Mila (Feira de Santana); 

Programa de TV 

- TVE Revista (TVE); 

- Soterópolis (TVE); 

- Programa Universo (TV Aratu); 

- Programa “Com sabor" (TV Aratu); 

- Conexões Bahia (TV Bahia); 

- Mosaico Baiano (TV Bahia);

- Diga aê (TV Kirimurê); 

-Entrevista em revistas e jornais impressos - Revista Bahia “Estado África”. Ano 1, n°1 - Jornal “A tarde". Revista Muito, Ed. 07/11/2017

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