Afronegócio

Café Quilombo: marca valoriza tradições afro-brasileiras

Postado em: 23 de Maio de 2025 às 22:35

O empresário Danilo Negrete, de 36 anos, não queria “apenas” vender cafés especiais. Quando criou a marca Café Quilombo, em 2020, ele almejava algo maior: inserir uma nova narrativa sobre a história do café.

Uma narrativa mais inclusiva, que abarcasse, também, as histórias de pessoas negras.

 

“Se criou uma ideia na cabeça das pessoas de que o café é uma bebida do interior de São Paulo. Uma bebida branca, italiana e imigrante. E a gente veio para reivindicar nosso espaço na história sobre a trajetória do café no Brasil”, diz o empreendedor, em entrevista ao blog Afronegócio, da Academia Assaí.

 


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Para reivindicar esse espaço, Negrete se inspira na força de mulheres negras que lutaram pela liberdade durante o período da escravidão no Brasil.

Cada café vendido pela marca é uma homenagem a personalidades como Chica Machado, Tereza de Benguela, Dandara dos Palmares e Anastácia.

As quatro mulheres têm suas histórias destacadas nos rótulos e seus rostos ilustram as embalagens, confeccionadas por artistas negros.

 

“A partir do momento que a sociedade compra as nossas embalagens e compram nossos cafés, elas estão consumindo arte, cultura e história”, explica Negrete.

 

Café Quilombo: sabores são inspirados em personalidades negras

 

Café Quilombo - Academia Assaí
Café Quilombo se inspira em mulheres negras para sabores e embalagens. Foto: Carlos Miguel Barros Silva/Divulgação Café Quilombo.

 

Além dos elementos gráficos, as personalidades também inspiram os sabores do café vendido pela marca.

Danilo conta que precisou pesquisar a fundo cada uma das homenageadas para desenvolver notas de sabor que lembram a intensidade de cada uma.

 

“Eu pesquisei bastante. Então pensei em trazer o nome dessas pessoas para a embalagem. Quando eu defini os nomes, fui tentando encontrar uma torra dos grãos de acordo com a personalidade dessas mulheres”, conta.

 

Todos os cafés da marca derivam do mesmo tipo de grão, mas o processo de torra influencia no sabor, criando uma combinação única.

  • Para Dandara, a intenção era ter uma bebida que tivesse corpo, intensidade, mas ao mesmo tempo fosse doce. Isso reflete a personalidade de Dandara dos Palmares como uma mulher forte e guerreira, mas que também tinha a maternidade em sua rotina, o que trazia um "pouco de doçura na vida dela", explica o empreendedor
  • Para Teresa, Danilo queria um café muito mais intenso, mais encorpado, mais forte e amargo. Essa escolha busca representar a história de Teresa de Benguela, uma mulher que "muito sofrida, lutou muito, guerreou muito", sendo uma "rainha de fato" de um quilombo.
     
  • Para Anastasia, a ideia era uma bebida que trouxesse juventude, frescor, sendo mais complexa e que "preenche mais a boca". Essa complexidade e frescor remetem à sua conexão com ervas e à sua atuação como curandeira.
     
  • Já o café “Chica” é um capuccino e busca realçar o sentimento de relaxamento e aconchego. A personalidade homenageada ficou conhecida por comprar e libertar escravizados, oferecendo um novo começo para cada um.

 

Negócio promove fortalecimento da economia negra

 

Café Quilombo - Academia Assaí
Danilo Negrete, proprietário do Café Quilombo. Foto: Matheus Campany/Divulgação Café Quilombo.

 

Um dos valores centrais na visão de negócio do Café Quilombo é o conceito de “Black Money”.

 

"A gente tem uma política em que todas as vezes em que a gente vai fazer uma compra, a prioridade é para um profissional negro", explica Danilo.

 

A diretriz é estendida para outros processos, como a contratação de talentos para a equipe.

Para o empreendedor, essa visão é importante para movimentar o desenvolvimento da comunidade negra.

 

“Quando a gente contrata essas pessoas, enriquecemos o nosso quilombo e enriquecemos os nossos”, diz.

 

Apesar dessa forte ênfase no Black Money, Danilo reconhece a necessidade de operar no mercado mais amplo, já que o café é uma commodity e a empresa busca crescimento e destaque.

No entanto, mesmo inserido nesse contexto, o valor do Black Money é mantido na cadeia de compras.

 

“O Café Quilombo trabalha com dezenas ou centenas de fornecedores ao longo do ano, o que gera uma significativa pulverização de black money", afirma.

 


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Onde encontrar o Café Quilombo

Café Quilombo - Academia Assaí
Café Quilombo valoriza raízes afro-brasileiras. Foto: Carlos Miguel Barros Silva/Divulgação Café Quilombo.

 

Após quase cinco anos de atuação, a marca Café Quilombo começa a reivindicar espaços nas gôndolas de supermercados.

Os produtos já são encontrados em lojas de três redes de supermercados na Grande São Paulo e a expectativa de Danilo é expandir a oferta do café para outros pontos de venda nos próximos anos.

Além disso, os produtos podem ser encontrados no site da marca, mirando consumidores no varejo e no atacado.

O Café Quilombo também tem um perfil no Instagram, onde divulga novidades sobre sobre os produtos vendidos pela marca.

 

 

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