Afronegócio

Gastronomia urbana: Silvia e Chef Solange

Gastronomia urbana: protagonismo negro, inclusão e inovação

Postado em: 18 de Agosto de 2025 às 09:16 Por Redação

A gastronomia urbana é mais do que pratos saborosos: é sobre identidade cultural, adaptabilidade, diversidade e influências culturais.

Esta gastronomia nasce do ritmo e da energia das cidades, misturando sabores de rua, tendências contemporâneas e a riqueza da diversidade cultural. Com ingredientes acessíveis, criatividade e inovação, transforma cada prato em uma experiência única.

Mas, quem são as pessoas que fazem a gastronomia urbana acontecer? Quem está por trás de cada sabor?

Segundo informações do Sebrae, afroempreendedores representam mais da metade (52%) dos donos de pequenos negócios no Brasil. No setor da alimentação e da gastronomia, esse número também é significativo, de acordo com pesquisas independentes.

Ainda assim, essa parcela enfrenta desigualdades que dificultam a prosperidade dos negócios. Duas dessas barreiras são a negativa a pedidos de crédito e a discriminação racial no ambiente de negócios.

Para entender mais sobre esse assunto, a Academia Assaí conversou com Silvia Nascimento, editora-chefe do Guia Black Chefs, que  promove a visibilidade de estabelecimentos gastronômicos liderados por pessoas pretas no Brasil.

 

Gastronomia urbana: Silvia entrevistando personagem
Silvia Nascimento entrevistando a Chef Solange Borges (@culinariadeterreiro).

 

Resistência preta na gastronomia urbana

 

Quando falamos sobre a presença do empreendedorismo negro, especialmente na gastronomia urbana, um fator que se destaca é a resistência histórica desse povo. 

Silvia vai além: ela ressalta a resistência dos pratos afro-brasileiros e o compromisso dos chefs negros em manter a tradição de receitas centenárias.

 

Eu acredito que as pessoas negras são as que têm mais compromisso, realmente, em ser fiel às receitas, à maneira que é feita, à maneira que é servida. Mais do que as outras pessoas que, às vezes, vêm a questão de mais um ponto de vista folclórico do que de um ponto de vista de manter a proporção, a técnica do se fazer pratos ancestrais”, explica.

 

No entanto, ater-se às tradições não significa fugir de inovações.

Silvia cita um empreendimento com o qual ela teve contato. O restaurante em questão vende coxinha de acarajé.

 

Foi uma maneira de inovar, de você manter a tradição de um ingrediente tão importante numa outra roupagem que, às vezes, vai atender outros tipos de paladar”, ela reflete.

 

Considerando a composição miscigenada do povo brasileiro, Silvia pontua, ainda, que muitos dos pratos mais conhecidos do país têm origem africana e indígena.

Sendo assim, quando feitos por essas mãos, existe uma contribuição histórica em cada prato.

 

Então, não é um exagero falar que na hora de fazer as nossas entregas profissionalmente nesse setor, a gente tem toda essa ancestralidade e conhecimentos técnicos também, que dão um diferencial”.

 

Reconhecimento e protagonismo negro

 

Apesar de, numericamente, empreendedores negros serem maioria no Brasil, Silvia explica que o senso comum espera que essas pessoas estejam em papéis secundários, e não de liderança.

Na visão dela, o consumidor brasileiro reconhece o protagonismo negro na gastronomia urbana, porém no “lugar da subserviência”, algo que precisa mudar.

 

As pessoas frequentam lugar onde tem comida afro, mas será que elas iriam num restaurante japonês que o dono é negro? Iria pra uma cantina que o dono é negro? Será que eles legitimam as pessoas negras nesse outro lugar que não é o lugar que é esperado que a gente esteja?”, questiona.

 

Por outro lado, Silvia traz informações preliminares de uma pesquisa, da qual paticipou, que mostra um movimento de busca pelo real protagonismo negro na gastronomia urbana.

De acordo com esse estudo, há uma grande inovação de conhecimento técnico e acadêmico entre os afroempreendedores no setor da alimentação.

 

Para além de aprender as receitas ancestrais, os cozinheiros e chefs de hoje, eles entendem que saber as técnicas - não só do prato, mas do negócio também - é uma coisa importante”, ressalta Silvia.

 

Nesse contexto, ela enfatiza a importância da educação e profissionalização dos empreendedores para que haja, de fato, um protagonismo negro na gastronomia urbana e em qualquer outro setor.

 

O que esperar para o futuro

 

Para o futuro da gastronomia urbana e do protagonismo negro nesse espaço, Silvia acredita na resistência dos pratos afro-brasileiros e na capacitação dos afroempreendedores para uma inclusão verdadeira.

Nesse sentido, se ela pudesse criar uma política pública para impulsionar a gastronomia negra urbana, Silvia conta que ela teria como prioridade a formação técnica aliada à gestão de negócios.

 

A ideia seria oferecer acesso real a conhecimento -  não só em técnicas culinárias, mas em precificação, marketing, logística e liderança -  junto com linhas de crédito acessíveis e desburocratizadas, adaptadas à realidade de empreendedores que muitas vezes começam de forma informal”, explica.

 

Mas não para por aí! A proposta de Silvia também investiria em visibilidade.

Isso seria feito a partir do incentivo a feiras, festivais e circuitos gastronômicos que valorizem a “pluralidade da cozinha preta para além do estereótipo ‘afro’ folclórico”.

Dessa forma, o objetivo dessa política pública seria garantir que pessoas negras sejam reconhecidas não apenas como quem serve, mas como quem lidera, inova e movimenta a economia por meio da gastronomia.

 

Para se inspirar: conheça o Guia Black Chefs

 

Como mencionamos no início do artigo, Silvia Nascimento é editora-chefe do Guia Black Chefs, do site Mundo Negro.

O guia promove a visibilidade de estabelecimentos gastronômicos liderados por pessoas pretas no Brasil.

Silvia explica que ele nasceu da constatação de que as pessoas negras sempre foram muito presentes na cozinha, tradicional e historicamente.

Com a profissionalização dessas pessoas, surgiu a urgência de dar protagonismo a elas, contando suas histórias.

Isso sem esquecer as pessoas que não têm a condição de se capacitar, mas que também impactam o mercado da gastronomia urbana negra.

Confira os conteúdos publicados pelo Guia Black Chefs, clicando aqui.

 

Um pouquinho sobre Silvia Nascimento

 

Gastronomia urbana: Silvia Nascimento

 

Silvia Nascimento, 47, é jornalista formada pela PUC-Campinas e fundadora do Mundo Negro, primeiro e maior portal de notícias sobre a comunidade negra na América Latina, com mais de 21 anos de atuação e alcance superior a 7 milhões de pessoas. 

Referência na pauta racial, criou o primeiro programa para creators negros no YouTube Space Brasil e já trabalhou com grandes marcas como Unilever, Avon e L’Oréal. 

Foi convidada para programas internacionais de liderança e cobertura jornalística nos EUA, tem artigos publicados em veículos como UOL, Vogue e Essence, e integra a POWERLIST 100. 

Reconhecida com prêmios como o Troféu Mulher Imprensa (finalista 2022) e o Prêmio Jacira Silva (2024), Silvia é palestrante, consultora, paulistana, casada e mãe de três meninas.

 

Confira mais conteúdos em nosso blog. E acompanhe cursos e mentorias gratuitos, sem sair de casa, clicando aqui. Conheça também histórias de afroempreendedores de sucesso na nossa página Afronegócio.

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