Empreendedorismo
Pesquisas mostram otimismo dos pequenos negócios quanto à retomada
Postado em: 19 de Setembro de 2020 às 05:00 Por Redação
Desde o início da quarentena, essa é a primeira demonstração de alta no otimismo dos donos de pequenos negócios
Pela primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus, proprietários de pequenos negócios no Brasil estão otimistas quanto ao retorno à normalidade da economia. Com o movimento de reabertura dos estabelecimentos em grande parte dos estados, as micro e pequenas empresas começam a dar sinais de reação diante da crise. Esse retrato favorável foi revelado pela 6ª Pesquisa de Impacto da Pandemia de Coronavírus, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O levantamento, coletado entre os dias 27 e 30 de junho, contou com a participação de 6.506 empreendedores – compostos por 57% de microempreendedores individuais (MEI), 38% de microempresas (ME) e 5% de empresas de pequeno porte (EPP) – de 26 estados mais o Distrito Federal. Desses, 76% afirmaram que seus negócios já haviam voltado a funcionar na época da pesquisa.
Quando o assunto são as mudanças e adaptações necessárias para o funcionamento dos negócios durante a pandemia, apenas 13% dos entrevistados declararam que estavam funcionando da mesma maneira que antes da crise. Por outro lado, 63% informaram que fizeram mudanças no empreendimento. Além desses, 21% apontaram que ainda estão com o funcionamento interrompido, e 3% afirmaram que decidiram encerrar o negócio em meio à quarentena.
Quando se trata especificamente do segmento de alimentação, os números são os seguintes: 5% estão funcionando da mesma forma que antes da crise; 63% recorreram a adaptações e mudanças; 26% estão com o funcionamento temporariamente interrompido; e 6% decidiram fechar o negócio.
Outra pesquisa que também demonstrou otimismo por parte de pequenos e médios empreendimentos foi a realizada pela segunda edição do Relatório Global sobre a Situação de Pequenas Empresas (Global State of Small Business Report), feito pelo Facebook, em parceria com o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com dados coletados entre os dias 24 e 30 de junho, o levantamento considerou informações de 246 empresas brasileiras entrevistadas e apontou que a taxa de otimismo é 15% maior do que a da pesquisa realizada em maio, na primeira edição.
Para Rômulo Ziroldo, consultor empresarial que atua principalmente no setor de alimentação, tal otimismo já se reflete nas vendas de seus clientes: “No momento, estamos notando uma alta no faturamento de pequenos restaurantes, principalmente os que conseguiram se consolidar nos serviços de delivery durante a quarentena. Com foco nas adaptações e medidas necessárias de proteção, a tendência é que as vendas sigam avançando nos próximos meses”.
Quando questionado sobre o que deve ser feito para uma volta gradativa e com fluxo de caixa positivo, o contador afirma que este é o momento de explorar todos os recursos gratuitos disponíveis: plataformas, aplicativos e ferramentas que ajudam no controle financeiro e na comunicação do empreendimento se fazem ainda mais necessários, para que haja um controle rígido das finanças e divulgação eficaz das atividades que estão sendo retomadas.
REDUÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
Outro dado positivo da pesquisa mostra a melhoria no nível de endividamento dos pequenos negócios, que caiu pela segunda vez desde o começo da quarentena. Enquanto na quarta edição do levantamento, feita em maio, 41% dos empreendedores possuíam empréstimos ou dívidas em atraso, e na quinta edição, realizada em junho, esse número estava em 40%, no estudo mais recente o percentual caiu para 36%.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, comemora os dados, que indicam um melhor cenário e melhores perspectivas para os donos de pequenos negócios. “A pesquisa mostrou sinais de otimismo, de retomada. A grande maioria dos pequenos negócios já voltou às suas atividades. As micro e pequenas empresas representam 99% do total de empresas do Brasil, e representam também mais de 50% de todos os empregos com carteira assinada. Por isso essa notícia é tão boa, no sentido de que os pequenos empreendimentos estão retomando suas atividades”, declara.
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